Fiscal do TRE aponta arma contra candidato a vereador
Um fiscal do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) apontou, no sábado (31), uma arma de fogo contra o candidato a vereador Pedro Gerolimich (PSB).
Pedro integra o coletivo A Liga.
Ação foi durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.
Vídeo gravado por integrantes do mandato coletivo, que estavam no local, foi divulgado em uma rede social.
Nele mostra a ação do fiscal.
Durante o bate-boca, o agente retira à força uma caixa de som das mãos de Pedro da Liga e faz a ameaça.
“Não chega perto de mim, aqui é o terceiro sargento da Polícia Militar”, diz o fiscal do TRE-RJ, ao retirar a arma da cintura e levantá-la, chegando a apontar contra o postulante a vereador.
O agente e o parceiro dele não usavam máscaras de proteção.
Assista:
https://youtu.be/ghTjLFZab4I
“Não houve diálogo”
Ao Metrópoles, Pedro da Liga contou que os agentes chegaram “em uma ação truculenta”, cerca de 10 minutos após uma carreata a favor do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) passar próximo ao local, que fica no bairro de Anchieta, na zona norte do Rio.
“Eles chegam e começam a apreender o nosso material, sem apresentar nenhuma identificação nem documento. Não houve diálogo. Aí, ele [o fiscal armado] disse que ia levar por bem ou por mal”, conta.
O mandato coletivo A Liga, do PSB, faz oposição ao atual prefeito da cidade e candidato à reeleição, Marcelo Crivella.
Pedro Gerolimich acusou apoiadores do chefe do Executivo municipal de ameaças.
“Estamos sendo perseguidos pelo TRE – o mesmo TRE que permitiu o Crivella se candidatar”, conta Pedro, ao destacar que, durante a ameaça, havia idosos e crianças no local. Ele disse também que vai registrar um boletim de ocorrência por causa da ação.
Outro lado
O TRE-RJ informou informou em nota que em logradouros públicos a legislação eleitoral permite:
- exclusivamente o uso de bandeiras
- colocação de mesas para distribuição de material de campanha
- que não atrapalhem a circulação de pessoas e veículos
“Por isso, estavam irregulares a instalação da barraca em plena calçada para distribuir propaganda e o boneco de grandes proporções”, informou.
O tribunal regional ressaltou também que “houve resistência e desacato de alguns cabos eleitorais, quando o material irregular começou a ser recolhido pela equipe do TRE-RJ; formada por policiais militares cedidos para atuar como fiscais eleitorais”.
Responsável pela fiscalização da propaganda eleitoral na capital, a juíza Luciana Mocco esclareceu que boa parte dos fiscais eleitorais são cedidos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. “Trata-se de uma medida importante para garantir a segurança das próprias equipes e também a ordem pública”, disse.
“Mesmo cedidos à Justiça Eleitoral esses policiais mantêm os deveres de ofício, agem na garantia da lei e têm porte de arma”; afirmou, ao negar que o fiscal apontou a arma contra o candidato a vereador.
Procurada, Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) não se pronunciou. O espaço segue aberto.
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Foto: Reprodução/Metrópoles