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Em coletiva de imprensa on-line nesta sexta (18), o técnico da seleção brasileira masculina, Tite, falou sobre a nova convocação para o início das Eliminatórias da Copa de 2022. A Seleção enfrenta a Bolívia na Arena Neoquímica Corinthians, em São Paulo, dia 9 de outubro, e depois viaja ao Peru para enfrentar os donos da casa no dia 13, em Lima.

O treinador lembrou que se informou sobre a formação de base de Gabriel Menino, do Palmeiras, com consultas a treinadores da base do time paulista e ainda a Paulo Victor Gomes, que era da seleção sub-15 e agora está na sub-17.

– Ele teve sete jogos nessa posição (lateral) no Palmeiras. Ele teve na base a formação como lateral também, falamos com Angelo do sub-15. Pegamos todas as informações de características pessoais e técnicas. Todo o histórico, além do acompanhamento em quatro jogos in loco e oito pela TV. É um novo talento surgindo em posição importante que nós temos. Mas, em termos táticos, vou responder o mesmo que falei sobre Daniel Alves, que estava jogando no meio no São Paulo. Ele fazia função de armação no time, mas também esta função na Seleção. O Menino é inverso. Ele vai ter função ofensiva para ser articulador na Seleção – comentou o treinador.

 

 

Veja outros trechos da entrevista

 

 

Convocação na pandemia

 

 

– Falar do lado profissional e humano é bastante difícil. Enquanto humano, vou pela busca da saúde para todos, enquanto ser humano, cidadão, pai. Enquanto profissional, o trabalho nos complementa, estamos tentando acompanhamento médico e retomar o futebol nos deixa de alguma forma feliz. Fazer o que a gente gosta, mas colocando o lado humano na frente. Coloco o lado humano na frente.

 

 

Observação de adversários

 

 

A parte clínica, física e técnica, todas as equipes não têm (nesse momento) parte tática e não estão se mostrando. Nós e eles. Então, fica prejudicada em termos estratégicos, mas a essência somos nós, nosso desempenho e nosso resultado.

 

 

Bolívia de César Farias

 

 

– (Tite) Eles convocaram bastante atletas, mas já estão adiantados com treinamento lá na Bolívia.

– (Cleber Xavier, auxiliar) Ele é um técnico experiente, passagem boa pela seleção da Venezuela. Fez trabalho diferente, bonito, ousado no Pré-Olímpico. Ele pretende trabalhar uma equipe na altitude e outra fora, com jovens, a base do Pré-Olímpico. Dentro da Bolívia deve usar equipe mais madura. Quando sair a convocação, vamos ver a lista e ver quem conhecemos bem e pensar nas ideias do César.

 

 

Liderança de Neymar

 

 

– (Tite) Ele nesse grande momento é diferenciado, importante ter de volta. Sem os problemas clínicos que o afetaram, dando sequência na plenitude da sua forma física e técnica. Estava tentando lembrar a última vez que o tive na plenitude. Quando está assim, ele traz para nós o conjunto da obra. Ele é um líder técnico extraordinário. Alguns que temos, ele está entre eles (como líder técnico).

– (Cleber) Ficando com essa memória do Neymar, quando não jogamos em junho, em setembro, pensamos no grande momento. Agora a gente espera ele como esteio da meninada, liderança de comando, de postura forte, de combatividade, nessa nova convocação.

– (Tite) A lista traz equilíbrio. Tem Alisson, Casemiro, Marquinhos, Thiago Silva, Neymar, Coutinho… Sabemos como é importante ter essa mistura. Essa mística é importante. Juninho, Cesar Sampaio, Branco estão aqui e sabem. Dão responsabilidade e naturalidade para entrar. Não é por osmose, mas transfere.

 

 

Não chamar Arthur

 

 

– A não convocação do Arthur tem a ver com o seguinte: ele ficou dois meses e meio, três meses, as últimas nove rodadas no Barcelona, sem jogar. Ele não esteve presente. Agora, no início da competição com a Juventus, ele jogou 45 minutos de jogo-treino. Ele não está em bom ritmo de jogo. Não teve aspecto disciplinar, isso seria do clube, do que pode ter sido.

 

 

Não chamar Gabigol

 

 

– Você falou do chamado de março para setembro… são seis meses. Mas o que vale é o desempenho técnico, individual. Eu falo para o atleta: a mecânica da equipe é uma coisa, o domínio, o passe, estar em forma, isso é responsabilidade do atleta. Serve para todos. Fazemos análise muito mais individual do que o coletivo. Mas auxilia o coletivo? Claro. Mas são as duas coisas.

 

 

Versatilidade

 

 

Neymar tem sido utilizado de diversas formas. Menino, a função dele, um termo que o Paulo usou, que é um lateral meio-campista na articulação, podendo jogar na amplitude. Tem experiência e formação para tal. São funções similares. Sobre Marquinhos, você está falando com técnico que o lançou com 17 anos de idade como volante, jogou de lateral também. E joga como zagueiro.

 

 

Mais de Menino e Rodrygo

 

 

(Cleber) – Na parte defensiva, Menino como lateral tem grande noção de posicionamento por ter formação de lateral. Rodrygo, que é mais de lado esquerdo, mas também jogou no Santos pela direita, no Real incorporou definitivamente pelo lado direito. Mais um jogador no um contra um forte que precisamos.

(Tite) – Rodrygo alarga o campo, para que tenha espaço de infiltração. Jogador versátil também, se é que dá para dizer, numa modernidade entre jogadores importantes.

 

 

Distanciamento

 

 

– Não estou me sentindo bem. É muito impessoal. Olho para o monitor, para o lado. Nada substitui a relação pessoal. Mesmo da crítica, claro que com respeito, mas eu preferia que vocês estivessem aqui, olhando tête-à-tête.

 

 

Cuidados sanitários

 

 

– Tenho certeza de que esse posicionamento que todos temos é de primeiro respeitar as pessoas que têm lugar de fala. Médicos como o doutor Pagura, doutora Andrea, depois disso, preservando lado humano, termos lado profissional desenvolvido. Tomara que tenhamos sempre discernimento para podermos nos orientar também. Difícil transmitir sentimento, estar perto do torcedor é energia inconteste. Fui ver o jogo no Maracanã, sem público e você pensa “que coisa estranha”. Você quer entrar no ritmo normal e pensa “não é normal”. Nada substitui o lado humano, nada.

 

 

Renovação

 

 

– Equilíbrio é o que eu acredito. Excelência de futebol é quando você cria e faz gols, é sólido defensivamente e traduz isso em vitória. Iniciei a minha carreira no Guarani de Garibaldi. Tirei um zagueiro e botei atacante, ganhamos de 2 a 1. Virei gênio! Aí três jogos depois, fiz a mesma coisa e perdemos o jogo. Virei burro. Mas foi mais que isso. Ali entendi que equilíbrio te estabelece a chance maior de vitória.

 

 

Quarentena de Tite

 

 

– (Cleber) Trabalho diário foi de desenvolver treinos, estratégias. A discussão quase que diária presencial na CBF e também em home office, trabalhando para isso. Para que possamos montar material de vídeo e os jogadores, quando estiverem conosco, dia 4 de outubro, entenderem rapidamente. A maioria já nos conhece.

– (Tite) Acompanhamento de todos os jogos, a ponto de minha esposa e minha filha me perguntarem de futebol. A gente desenvolveu um modelo que a seleção brasileira usa agora, para aqueles que gostam de estudar futebol, organização tática, a construção como inicia, a média, a alta, entre linhas, o que é externo, flutuação. Isso, didaticamente, a gente quer passar para o público e passar de situação mais clara. Para não ficar no imaginário. Explicar o que é marcação adiantada. Quem pegar aquele 1 a 0 contra a Alemanha, que vencemos, vai ver o que é marcação adiantada. Queremos transformar em ação, mostrar para ex-atletas, universidade do futebol, na CBF Academy. Tudo isso.

 

 

Vantagem de a Bolívia não ter voltado

 

 

– Estar com mais ritmo, talvez sim (termos vantagem). Da mesma forma, quem vai jogar vai sofrer muito com a altitude, com ritmo e altitude. Sabemos da dificuldade que é. Dos 23 jogos oficiais, conversamos ontem que a Bolívia lá foi um dos únicos três jogos que não fizemos gol. As dificuldades vão acontecer, a expectativa é inevitável. Vamos procurar nossa excelência. Temos média de quase 2,5 gols por partida. Dos 23 jogos, 17 não levou gol. Perdeu um, ficou fora da Copa. Fez outra sequência de vencer a Copa América em casa, depois de perder Neymar e tentar ajuste nos primeiros dois jogos, depois se acertou e fez jogos bons. E teve o melhor momento das Eliminatórias. Queremos retomar esse parâmetro.

 

 

As mudanças 

 

 

Foram sete mudanças em relação à lista de março, que terminou cancelada pela suspensão dos jogos devido aos efeitos da pandemia de Covid-19 em todo o mundo.

A grande novidade – e único estreante – é Gabriel Menino, convocado para a lateral direita. Entre as mudanças da lista de março – foram sete ao todo – e a divulgada hoje também estão:

 

 

Alisson, recuperado de lesão, e Santos. Na anterior, foram chamados, Ederson, do City, e Ivan, da Ponte.

Na defesa, convocou Rodrigo Caio e tirou da lista Eder Militão.

Menino e Alex Telles na lateral, antes foram convocados Daniel Alves e Alex Sandro.

Douglas Luiz voltou a ser lembrado. Antes, o nome de Tite foi Arthur.

No ataque, entrou Rodrygo. Saíram Gabriel Barbosa e Bruno Henrique.

 

 

Veja os nomes da nova lista:

 

 

Goleiros: Alisson (Liverpool), Santos (Athletico-PR) e Weverton (Palmeiras)

Laterais: Danilo (Juventus), Gabriel Menino (Palmeiras), Alex Telles (Porto) e Renan Lodi (Atlético de Madrid)

Zagueiros: Thiago Silva (Chelsea), Marquinhos (Paris Saint-Germain), Felipe (Atlético de Madrid) e Rodrigo Caio (Flamengo)

Meio-campistas: Casemiro (Real Madrid), Fabinho (Liverpool), Bruno Guimarães (Lyon), Douglas Luiz (Aston Villa), Philippe Coutinho (Barcelona) e Everton Ribeiro (Flamengo)

Atacantes: Gabriel Jesus (Manchester City), Rodrygo (Real Madrid), Neymar (Paris Saint-Germain), Everton (Benfica), Roberto Firmino (Liverpool) e Richarlison (Everton)

 

 

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Fonte: GE