calendar_today janeiro 6, 2021 person Portal Maloca mode_comment 0

 

Tucumã, açaí, beiju, castanha e peixe são alguns dos produtos que fazem parte do cardápio da alimentação escolar em São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro. A iniciativa reforça um dos pilares do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que prioriza a valorização dos hábitos alimentares regionais e busca incentivar a movimentação da economia local por meio da agricultura familiar.

Em 2020, o município foi além da determinação e cinco escolas da zona urbana e 55 da zona rural receberam frutas, verduras, legumes e pescados adquiridos somente do cultivo familiar. O mais interessante é que a iniciativa incluiu as famílias da região nas atividades de educação alimentar e nutricional das instituições de ensino.

Mesmo com as aulas suspensas, por conta da pandemia do coronavírus, os estudantes não foram prejudicados e as atividades da agricultura familiar foram mantidas. No município foram distribuídos kits de alimentos da tradicional cesta básica juntamente com os típicos da região.

 

O sucesso de São Gabriel da Cachoeira
 

Em São Gabriel da Cachoeira, o segredo do sucesso foi a articulação entre diversas instituições e a publicação da Nota Técnica 01/2017/ADAF/SFA-AM/MPF-AM, que adequou as normas sanitárias exigidas pelo PNAE à realidade dos são-gabrielesenses e a logística do Estado.

O texto da NT contou com a participação de movimentos indígenas, organizações sociais e instituições públicas, no âmbito da Comissão de Alimentos Tradicionais dos Povos no Amazonas (Catrapoa).

Os próximos passos das lideranças e instituições é estender a proposta para todos os povos e comunidades tradicionais no Brasil, com a publicação da Nota Técnica Nº 3/2020/6aCCR/MPF.

 

Produção
 

O caso de São Gabriel da Cachoeira “holofotiza” o entendimento de que o desenvolvimento de políticas públicas mais acessíveis e voltadas para a inclusão da produção sociobiodiversa e socioprodutiva é fortalecer e elevar a alimentação para além do viés da saúde.

Acessível pois o projeto de lei adequou-se a realidade do município e seus habitantes, sociobiodiversa por dar visibilidade a enorme variedade alimentar do Estado e socioprodutiva por integrar os povos e as comunidades tradicionais.

De fato, além do desenvolvimento socialmente justo, ambientalmente sustentável e economicamente viável, a iniciativa, também, valoriza o regionalismo, a ancestralidade e sabedoria dos nativos. Por fim, a iniciativa pioneira amazonense merece ser celebrada, reconhecida e reproduzida.

 

 

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Foto : Mário Vilela/Divulgação