Presidente do Garantido se autoproclama coordenador de artes do bumbá
Em duas semanas, sócios, torcedores e público em geral pôde ver a vertente autoritária que comanda o boi bumbá Garantido, em Parintins.
No dia 22 de fevereiro, o presidente da organização folclórica, Antônio Andrade, chamou uma assembleia geral extraordinária para aprovar a prorrogação de seu mandato até 2024.
A assembleia, já derrubada pela Justiça, ainda sem julgamento do mérito, tentava eliminar da disputa regular, prevista para o segundo semestre, os opositores de Andrade.
Mas isso, porém, sem se submeter a eleição, o espírito mais elevado da democracia.
Hoje, novamente uma quarta-feira, Antônio Andrade surpreende a nação vermelha e branca ao se autoproclamar coordenador-geral da Comissão de Artes do Garantido.
O posto, desde que o colegiado foi criado, sempre foi comandado por um artista, com experiência no espetáculo folclórico.
Ao fazer isso, a atual diretoria, personalizada na figura de seu atual presidente, mostra insegurança e falta de confiança em sua equipe de trabalho.
O ato é temerário. Andrade vem de uma gestão política fracassada por ter levado um boi precário para disputa com o Caprichoso.
Também vem de um fracasso administrativo, por ter sido abandonado por itens de disputa e membros de sua diretoria que lhe devolveram o cargo em pleno festival folclórico.
Ele também levou o patrimônio da agremiação ao fundo do poço ao não pagar empurradores de alegorias, a mão de obra mais barata do trabalho.
Deu, portanto, a essas pessoas o combustível que usaram para tacar fogo nas alegorias recolhidas no pátio da Cidade Garantido.
A atual diretoria do bumbá precisa estancar o espetáculo de irresponsabilidade que toma conta do boi há algum tempo.
O festival folclórico de Parintins não é festa qualquer, sem princípios públicos.
Nem se pode se permitir que seja interpretada ou vista dessa forma.
Os bois de Parintins precisam ter noção de seu papel político, econômico e social.
Eles devem entender que recebem verba pública e patrocínios privados de marcas que possuem responsabilidade social.
Não custa lembrar que há pouco menos de dez anos que o Amazonas foi comandado por um governador que entedia o festival como uma gastança de dinheiro público, sem volta.
Esse governo não enxergava o evento como uma indústria cultural, que é o festival de Parintins, que movimenta uma densa atividade econômica regional, que emprega dos tricicleiros aos operadores de turismo no Amazonas e em outros estados do país.
A forma de ver o festival como gastança quase leva os bumbás e seus operários à depressão.
Bastou apenas cortar os recursos do estado.
Assim sendo, convém que os responsáveis pela “brincadeira” tratem o espetáculo com a devida relevância que ela merece.
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Foto: divulgação