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Morreu na noite desta segunda-feira (14) o músico Paulo César dos Santos, o Paulinho, vocalista e percussionista do grupo Roupa Nova.

Ele tinha 68 anos e estava internado no Copa D’Or, onde tentava se recuperar da covid-19. A informação foi confirmada pela assessoria da banda.

Em suas redes sociais, o Roupa Nova publicou que “as luzes do palco se apagaram. Infelizmente o nosso querido Paulinho não resistiu”.

No início de setembro, Paulinho tinha passado por um transplante de medula óssea autólogo — procedimento em que as próprias células-tronco do paciente são usadas.

Ele contraiu o novo coronavírus durante a recuperação.

Carioca, Paulinho deu sua voz marcante a alguns dos grandes hits da banda, da qual fazia parte desde sua formação, em 1980.

Entre as músicas cantadas por ele, estão “Canção de verão”, “Clarear”, “Sensual” e “Whisky a go-go”.

Com a ajuda de Paulinho, o Roupa Nova, um grande sucesso do pop rock brasileiro, lançou 24 discos de estúdio e cinco álbuns ao vivo, vendendo mais de 20 milhões de cópias.

O grupo é conhecido também por ser recordista de participações em trilhas sonoras de novelas, com mais de 35 no currículo.

Além de todo o sucesso comercial, o Roupa Nova é considerado um caso raro de banda que se mantém há tanto tempo na estrada sem mudar de formação.

Desde sua formação, em 1980, o grupo era formado por Paulinho, Cleberson Horsth, Ricardo Feghali, Kiko, Nando e Serginho Herval.

A banda se preparava para gravar em 2020 um DVD de 40 anos de carreira. O show, marcado para a Jeunesse Arena, no Rio, acabou tendo que ser adiado para março de 2021.

 

Origem nos bailes

 

Paulinho costumava dizer que sua afeição pela música veio do convívio com os vinis de seus pais, pelos quais foi apresentado a grandes cantores como Cauby Peixoto e Ângela Maria.

Ainda criança, ele costumava dublar os ídolos.

Mas foi o fascínio pelos Beatles, já no colégio, que lhe incentivou a tocar com bandas.

Ele já era conhecido na cidade antes mesmo da criação do Roupa Nova.

Na década de 1970, ele integrava o conjunto Los Panchos Villa, que também contava em sua formação com o guitarrista Kiko e o tecladista Ricardo Feghali.

O grupo era conhecido no circuito de bailes cariocas da época.

Já integrando outro grupo famoso no Rio, Os Famks, junto com Feghali, foi Paulinho quem convidou Kiko.

A banda então se tornaria o Roupa Nova, que lançaria seu primeiro álbum epônimo em 1981, pela extinta Polygram (hoje Universal Music).

Em 40 anos de turnês intensas com o grupo, o cantor perdeu apenas três shows, por problemas de saúde, em 2009.

Na ocasião, foi substituído por Maurício Gasperini, ex-vocalista da banda Rádio Taxi.

Em 2018, ele pôde comemorar durante um show no Maracanãzinho seu aniversário de 66 anos.

“Em 40 anos de carreira, já comemorei muitos aniversários no palco, e não tem coisa melhor do que festejar ao lado de quem amamos e dos nossos fãs, que são pessoas que torcem por nós sempre. Este ano vai ser no Maracanãzinho, lugar muito especial também, além de ser em casa, no nosso Rio de Janeiro. Muito grato a Deus por mais este ano de vida fazendo o que eu amo, que é cantar”, disse Paulinho ao GLOBO, na época.

Paulinho deixa dois filhos, Pepê e Twigg, ambos músicos — o filho é baterista do grupo Jamz, revelado pelo reality musical “SuperStar”, enquanto a irmã chegou a gravar uma parceria com o Roupa Nova, “O barquinho”, que entrou no álbum “Todo amor do mundo” (2015).

Fãs famosos lamentam

 

A notícia da morte de Paulinho agitou as redes sociais.

Diversos famosos publicaram mensagens e homenagens ao músico, como Bruno Gagliasso, Buchecha, Emanuelle Araújo, Lucas Silveira e Kleber Mendonça Filho.

O perfil do Fluminense, clube pelo qual o cantor torcia, também se despediu.

 

Veja mais: O Globo

 

Foto: Twitter