Ilustradora amazonense é destaque em campanha internacional
A delicadeza e o talento nos traços desenhados pela ilustradora amazonense Laura Athayde, de 31 anos chamaram a atenção de uma marca internacional de produtos de cuidados com a pele.
A artista vai ilustrar uma campanha inspirada em mulheres reais e histórias reais da marca alemã do Grupo Beiersdorf, a Nivea.
As peças da campanha foram desenvolvidas especialmente por artistas nortistas e nordestinas, inclusive Laura.
As artes retratam, de forma autêntica, o significado do cuidado com a pele. Todas as criações fazem parte da campanha digital exclusiva para as regiões Norte e Nordeste do país.
Carreira
Atualmente morando em Belo Horizonte – MG, Laura é formada em Direito pela UEA e em em Design Gráfico pelo Instituto de Arte e Projeto.
A quadrinista já ilustrou projetos voltados para divulgação de mulheres notáveis, como, ‘Extraordinárias – Mulheres que revolucionaram o Brasil’, em 2018.
Naquele mesmo ano, lançou o livro de quadrinhos ‘Histórias Tristes e Piadas Ruins’, coletânea de tirinhas que venceu o Troféu HQMix no ano passado.
Em 2020, a desenhista vai publicar o livro ‘Aconteceu Comigo – Histórias reais de mulheres em quadrinhos’, com o apoio do Itaú Cultural.
No momento, Laura trabalha no roteiro de uma graphic novel com o autor manauara Gabriel Mar. Ela pretende continuar produzindo quadrinhos autorais e ilustrando no mercado editorial.
Bate-Papo com a Ilustradora
Como você se descobriu como ilustradora profissional?
Demorou pra eu me entender como artista! Sempre gostei de ler quadrinhos e de desenhar, mas não via isso como uma carreira possível. Comecei a acompanhar autores que postavam tirinhas sobre o seu dia a dia no Facebook e, depois de um tempo, comecei a fazer as minhas próprias e a postar lá também. Assim, o meu trabalho começou a ficar conhecido e participei das primeiras publicações coletivas de quadrinhos.
Fale sobre seu processo de criação, o que te inspira?
O que me inspira é a vida real, tanto a minha como a de outras mulheres. Quando comecei a fazer tirinhas, eu ilustrava episódios do meu cotidiano. (…) questões que afetam as vidas das mulheres, discutidas a partir do ponto de vista delas próprias.
Sobre o que você costuma desenhar?
Costumo desenhar mulheres! Como comecei a minha carreira fazendo HQs autobiográficas e ilustrando para projetos criados e voltados para o público feminino, como a Revista Capitolina, acabei ficando relacionada a esses temas.
Como surgiu a oportunidade de ilustrar para a Nívea?
Quando fui contatada pela Nivea, a equipe de ilustradoras já estava escolhida. Então, não sei como foi o processo interno de seleção. Imagino que me escolheram pelo fato de eu frequentemente ilustrar mulheres e ter essa proposta de trazer diversidade para o desenho, que foi uma das ideias que direcionou a campanha.
Como você se sente em saber que é a única amazonense nesse projeto?
Foi muito emocionante ser escolhida. Tem muita artista talentosa no Amazonas, e eu tenho a sorte de conhecer várias. Mas, pra mim, participar desse projeto foi o reconhecimento do meu trabalho de anos na representação da diversidade e da realidade das mulheres.