Gabi Farias, um talento que desponta e conquista Manaus
A coluna Da Terra, do Portal Maloca, traz um pouco da história da jovem cantora amazonense Gabi Farias.
Uma artista de 23 anos, nascida em Manaus e que foi muito novinha morar em Itacoatiara, mas voltou da cidade onde foi criada para conquistar seu espaço no cenário cultural amazonense.
Ela nasceu como Gabrielle Farias e voltou para Manaus para estudar Licenciatura em Música na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e para garantir o pagamento dos boletos, atualmente dá aulas de canto.
Oriunda de uma grande família, como ela mesma revela, atualmente enfrenta o desafio de morar sozinha em Manaus, bem…nem tão sozinha. “Moro com meus três gatos aqui em Manaus, mas a minha família é bem grande. A maioria vive em Itacoatiara, alguns vivem em comunidades ribeirinhas, as quais passei minha infância toda indo em férias, conviver, aprender sobre essa vida mais simples”, destaca.
“Sempre amei. É daí que vem uma base muito grande do meu fazer artístico. Tenho um irmão só por parte de mãe, mas muitas pessoas que hoje em dia considero como irmãos e irmãs para mim, que me ajudam muito nessa jornada aqui. Família não é só de sangue né”, ressaltou Gabi.
A jovem artista conta que decidiu atuar profissionalmente na música há seis anos. “Foi quando decidi cursar a licenciatura e dedicar minha vida totalmente a ela (música). Cresci sendo musicalizada em casa, fiz aulas de coral, de violão ainda em Itacoatiara, mas até então não tinha pretensão de seguir a carreira. Sou a primeira da minha família a trilhar esse caminho e não me arrependo”, conta.
“No começo é sempre difícil para as pessoas ao nosso redor compreenderem uma decisão como essa, o primeiro apoio e o mais importante que recebi, foi o da minha mãe, depois, eu fui fazendo, e as pessoas foram percebendo que não tinha outra escolha possível”, declarou.
Referências artísticas
“As minhas referências são muito vívidas e tão sempre em construção. Minha base é muito importante, eu cresci com muita influência da música regional, por conta do festival da Canção de Itacoatiara, aprendi a gostar e valorizar muito essa tradição, aos poucos fui construindo minha identidade e percebendo as sonoridades ao meu redor”, explica Gabi.
Ela é fã da Música Popular Brasileira (MPB) e é uma entusiasta da forma como ela vem se ressignificando. “Eu faço parte desse movimento. Uno isso ao que curto no experimental, no pop, na música eletrônica e na música latina. No fim, gera uma mistura boa que entrega o que eu apresento e pretendo apresentar nos próximos trabalhos”, define Gabi.
“2020 foi um ano devastador”
“A primeira sensação foi de perda, de confusão, ter que se adaptar sem saber se seria possível. Tive shows desmarcados, a produção do meu próximo trabalho parou, tive que me mudar para pagar um aluguel mais barato e conseguir sobreviver, passei a dar aula on-line, foi o jeito. Aos poucos consegui encontrar algum equilíbrio”, revelou a artista sobre esse ano de pandemia.
Para se manter em seu objetivo nesse ano que atingiu a todos de forma avassaladora, Gabi precisou se reinventar e buscar conexões para, juntos, sobreviverem ao “novo normal”.
“Comecei a conversar com outros artistas, mulheres principalmente, perceber as diferentes realidades, e tentar fazer arte disso, uma nova forma de arte”, destacou.
Gabi tentou participar dos editais de apoio à cultura, mas infelizmente não foi selecionada, mas isso não abateu a guerreira.
“Não fui contemplada infelizmente. Mas é uma ação de extrema importância e necessidade. A classe artística sofreu e continua sofrendo demais, trabalhando bem ou mal, se mantendo viva. Recursos como esse são mais que um benefício, eles são nosso direito”, avaliou.
Ela diz que pretendo tentar esse recurso novamente, participar de outros editais. “Enquanto isso vou aprendendo e tentando continuar a produzir mesmo com essas dificuldades”, ressaltou..
Fotos: Lisi Moreira/Ariadne Aleixo/Alonso Jr