Fiocruz Amazônia promove curso de formação em saúde mental indígena
Uma problemática atual e pouco percebida, recentemente, por conta da pandemia mundial do coronavírus, recebeu a atenção que há tempos já demandava. A saúde mental foi alvo de inúmeras campanhas e iniciativas alertando para a importância desse aspecto humano e a necessidade de medidas que o proporcione.
Quanto aos povos indígenas, a saúde mental ganha contornos ainda mais complexos. Políticas públicas, projetos e inciativas além de se enquadrarem às determinações de um atendimento psicossocial em tempos de emergência, devem considerar a especificidade e significativa diversidade sociocultural da população indígena.
Bem-viver: Saúde Mental Indígena
Nesse cenário, o Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), promove, juntamente, com o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) e a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o curso de formação “Bem-viver: Saúde Mental Indígena”.
O Curso possui 5 (cinco) módulos e trata de aspectos relacionados à saúde mental e fatores psicossociais que já eram enfrentados pelas populações, mas que se intensificaram no período da COVID-19.
A formação busca capacitar os profissionais para que saibam lidar com esses brasileiros que são ameaçados diariamente, não apenas em sua saúde psicossocial, mas, em geral, em seu bem-estar ou bem viver. Além da ameaça diária, os profissionais entenderiam os vários desafios na consolidação da cidadania, da equidade, da justiça social e dos direitos humanos para estes povos.
Tópicos como o “Contexto da COVID-19 e populações indígenas”, “Bem viver e saúde mental indígena”, “Pertencimento e Identidade”, “Descolonizando o conceito de violência”, “Direitos Humanos e Violência contra indígenas”, “Ações de prevenção e intervenção e pósvenção em equipes de saúde/educação” e “Estratégias de cuidado e luto” serão abordados no curso de formação e marcam o teor completo do projeto.
Público
O público alvo seria indígenas, pessoas e profissionais ligados à saúde, à educação, sistemas de proteção social (conselheiros tutelares, professores), à assistência social e interessados na temática.
Inscrição
Prioritariamente os estados de abrangência do Curso serão o Amazonas, Acre, Pará, Roraima e Amapá e o local de realização será o AVA-FIOCRUZ. O curso conta com a carga horária de 60 horas e 1000 vagas, com inscrição de janeiro a março de 2021.
Programação
O conteúdo programático abordará:
Contexto da COVID-19 e populações indígenas.
Bem viver e saúde mental indígena.
Autoatenção e estratégias comunitárias.
Pertencimento e identidade.
A criança, o jovem e os idosos nas populações indígenas.
Proteção, cuidados e tradições orais.
Estratégias SMAPS no cuidado indígena.
Descolonizando o conceito de violência.
Direitos Humanos e Violência contra indígenas.
Mulheres indígenas e os Estudos de Gênero.
O consumo de bebidas alcoólicas na população indígena.
Fatores de risco para suicídio em populações indígenas.
Ações de prevenção e intervenção e pósvenção em equipes de saúde/educação.
Estratégias de cuidado e luto.
Metodologia e Frequência
O curso é autoinstrucional. Cada aluno acessa o conteúdo (cartilhas, videoaulas) diretamente na plataforma de ensino do Campus Virtual. A interação aluno-professor acontecerá via rede social Whatsapp, através da criação e grupos de debate e tira-dúvidas.
A frequência do curso pode ser verificada no próprio ambiente do AVA. O aluno é quem define o ritmo e o tempo de estudo, podendo avançar ou retornar nos módulos da plataforma. Para ser considerado aprovado por frequência, o aluno deverá ter cursado, no mínimo, 75% dos módulos, de acordo com a Resolução do CNE/CES nº. 1, de 03 de abril de 2001.
Certificados
Todos os alunos inscritos no Curso receberão certificado de participação, a qual será gerada automaticamente pelo CAMPUS VIRTUAL DA FIOCRUZ – CVF. O documento será enviado para o e-mail cadastrado no ato da inscrição.
Veja também: Portal Maloca – ‘Academia dos Saberes Ancestrais’ difunde conhecimento dos povos indígenas
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil