Exposição “Arquiteotonicas” de Otoni Mesquita no Palácio da Justiça
Otoni Mesquita inaugura nova exposição, no Palácio da Justiça, intitulada: “Arquiteotonicas”. A exposição fica em cartaz no Palácio da Justiça até 23 de abril, durante o horário de funcionamento do espaço.
Dados do evento:
O que: Exposição “Arquiteotonicas”
Quando: De 23 de janeiro a 23 de abril de 2020
Horário: Janeiro – Terça a sábado, das 9h às 15h, e aos domingos, das 9h às 14h. A partir de fevereiro – Terça a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos, das 9h às 14h.
Abertura: Nesta quinta-feira (23/01), às 19h, no Centro Cultural Palácio da Justiça (Avenida Eduardo Ribeiro, 901, Centro).
Entrada: Gratuita.
Veja mais:
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Exposição “Arquiteotonicas”:
Após quase 40 anos de sua primeira exposição individual e em celebração aos seus 45 anos de trajetória artística o artista presenteia admiradores, a comunidade artística amazonense e nacional e a sociedade manauara com a exposição “Arquiteotonicas”.
As cidades “otonianas”, que o visitante poderá vislumbrar nas salas Juiz Manoel Corrêa de Miranda e Desembargador Benjamin Rubim, do Palácio da Justiça, fazem parte de uma série de criações que datam dos anos 1970 e 1980.
A explosão artística de “Arquiteotonicas” engloba cidades imaginárias que se complementam quase que infinitamente, gravuras de seus habitantes fantasiosos, objetos decorados com símbolos de culturas inventadas, uma torre de babel que reúne a vida e arte do artista plástico.
As pinturas, que foram dispostas em tecidos em uma instalação artística, foram criadas a partir da junção de fragmentos de momentos diferentes da trajetória do artista. Um desenho de uma cidade de 1987 se une a um de 2013, inspirado em uma viagem a Istambul, e assim as cidades vão se complementando, misturando influências e culturas diversas.
“Em minhas viagens, eu anotava muito, e essas anotações que acompanham essas cidades estão impressos nos tecidos onde estão dispostas as cidades. Os cadernos de anotações que levei nestas viagens também estarão na exposição”, explica.
“Torre de Babel” e habitantes otonianos:
Exposição “Arquiteotonicas” também terá uma “Torre de Babel”. A princípio, o artista conta, a torre seria revestida pelas mesmas cidades imaginárias em formato de lambe-lambe, porém, à medida em que foi construindo a obra, outra ideia tomou conta do processo artístico.
“O trabalho vai se processando, e acabei mudando de ideia. Pensei depois em colocar jornais de diversas línguas, mas aí lembrei que tinha reproduções de línguas mortas em casa que poderiam fazer parte da torre. Fui para casa com esse intuito e acabei revirando minha casa por umas cinco horas. Achei muita coisa minha e acabei por decidir revestir a torre com o meu próprio trabalho e com outros elementos que fizeram parte da minha vida, uma obra que é uma autorreferência”.
São hieróglifos, imagens de uma cidade em que ficou na França, listas de exercícios, grafismos, alfabetos, desenhos, esboços, uma torre de babel que reflete o próprio universo otoniano. Além disso, o público poderá ver calcogravuras dos habitantes e também caixas decoradas como “oferendas” das cidades imaginárias.
“Descobri a calcogravura em uma visita a um amigo cubano, em Vitória, e me encantei, cheguei a apresentar alguns trabalhos em Belém. Estes habitantes lembram algo medieval ou oriental, meu trabalho não lembra muito o amazônico às vezes, tem um aspecto neorromântico”, comenta.
“Os pintores românticos do século 18 e 19 eram escapistas, fugiam do seu tempo, com temáticas antigas em outras geografias. Confesso que o mundo e o Brasil atualmente são algo que me desagrada, então essa proposta mais fantasiosa, de outra coisa mais suave, é mais agradável para mim. Pode parecer alienante, mas é uma forma de sobrevivência, uma forma romântica de escapar do aqui e agora”, confessa.
Carreira:
No dia 25 de janeiro completam-se 40 anos da primeira exposição individual de Otoni Mesquita, “Fruturbano”, que foi realizada no hall do Teatro Amazonas, com direção artística de Sérgio Cardoso – que agora assina a curadoria da nova exposição.
“Não planejava a exposição para a data, não lembrava dos 45 anos de carreira e nem dos 40 da exposição. Acabei me lembrando quando fazia um estudo dos anos 1980 para um texto e descobri que minha exposição foi a primeira de 1980, e isso foi muito significativo, pois agora é uma das primeiras de 2020″, explica.
“Desenvolvi minha carreira com uma certa variedade de técnicas, não só com gravuras e pinturas, mas com aquarela, nanquim, performance, instalação, videoarte, coisas que continuo mesclando, e retomar estas referências, trabalhar em cima do meu trabalho me fez recuperar muita coisa. Estou bem desgastado fisicamente com este trabalho, mas extremamente feliz. É isso que anima e rejuvenesce um artista: a sua produção”, declara.
Sérgio Cardoso afirma que a exposição é inovadora, mantendo o compromisso de Otoni com a contemporaneidade nas artes.
“Fico muito honrado e alegre de receber o convite para essa curadoria 40 anos após aquela primeira exposição. Otoni é um ator de si próprio, de multimeios, que se reinventa a cada exposição. Fazemos parte uma geração de artistas que têm um compromisso com as transformações da temporaneidade, então é uma emoção muito grande ver essa exposição que considero criativa e inovadora e que instiga a transcendência das artes plásticas no Amazonas”, comenta Sergio.
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