Ex-atriz da emissora entrega o esquema do teste do sofá na Rede Globo
Com sua língua afiada e sua sinceridade cortante Maria Zilda Bethlem resolveu botar a boca no trombone, nesta quinta-feira (29), sobre os testes do sofá que rolam dentro da Globo.
Teste do sofá é o nome como são conhecidos acordos em que diretores garantem papéis a alguns atores em troca de sexo.
A atriz teve sua conta no Instagram hackeada.
Ela não conseguiu recuperá-la e criou uma nova conta.
Nesta nova conta falou sobre o famoso ‘teste’.
Anteriormente ela falou sobre os baixos valores pagos pela emissora em direitos de imagem das obras reprisadas.
Entregou tudo
“Eu sei muito bem como aquilo funcionava. Não é o teste do sofá, é o teste do c**”, disse ela, enquanto conversava com o ator Oscar Magrini.
Aos 59 anos, ele não é mais o galã cobiçado de antigamente, como quando interpretou o amante Ralf, em O Rei do Gado.
Ele reclamou sobre a diminuição de seus papéis.
“Agora só faço pai e avô. Faço pai de marmanjo e marmanja. E daqui a pouco estou fazendo avô”, começou ele.
Atores idosos sem espaço
Maria Zilda então disse que os autores não escrevem mais papéis para pessoas mais velhas.
“Pode ter muita gente nova, mas tem que ser a velha guarda, que dá direção e estrutura”, opinou o ator.
“Meu amor, mas eles acham que não dá Ibope. Dá Ibope quem tem like no YouTube, quem tem o pinto grande e quem dá o rabo para o diretor. Você sabe disso… Você trabalhou na TV Globo muitos anos e eu também. Eu entrei na Globo em 1975. Você não vai dizer para mim que eu não sei como aquilo funciona. Até porque eu fui casada com diretor [Roberto Talma]. Então, eu sei muito bem como aquilo funcionava. Não é o teste do sofá, é o teste do c***”.
“Isso acontecia muito. Hoje em dia, sabe o que é? Mesmo se o cara for dar o rabo e colocar o garotão lá, e o garotão for uma merda. Ferrou”, disse Magrini que ainda relembrou quando queria ser ator e foi aconselhado pela veterana Cleyde Yáconis, que faleceu em 2013.
Veja também: The Voice Brasil se curva ao talento da indígena Thaline Karajá
“Em 1988, eu já era modelo. Ela olhou para mim e falou: ‘Para você entrar [na Globo] tem que passar no quartinho do PC’. Eu falei: ‘PC? Quem é?’. Ela: ‘É o quartinho do pó e do cu. Você cheira?’. Falei: ‘Não!’. ‘Você dá o cu?’. ‘Não!’. ‘Então, não vai entrar’. E ela deu risada. Uma senhora! Imagina?”, revelou ele às gargalhadas.
Veja mais: Terra
Foto: reprodução
