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O mês de outubro teve o pior índice de desmatamento na Amazônia desde 2015, segundo aponta  a série histórica do sistema Deter.

O Amazonas foi o quarto estado que mais desmatou, com 88,7 km² de floresta derrubada.

O mecanismo de alertas diários do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) passou a operar em 2015.

O aumento foi 50,6% em relação ao mesmo mês no ano passado.

O monitoramento por satélites identificou 555,2 km² de áreas devastadas na mata.

O Brasil registrou 836,2 km² de desmatamento na Floresta Amazônica em outubro, indicam números do Inpe.

O desmatamento no mês passado é o equivalente a quase três vezes o município de Belo Horizonte.

Os piores números foram registrados no Pará (397,7 km²), seguido de Rondônia (134,5 km²), Mato Grosso (114,4 km²), Amazonas (88,7 km²), Acre (63 km²), Maranhão (19 km²) e Roraima (16,5 km²).

Os números do Inpe levam em conta o balanço fechado de outubro disponível na plataforma Terra Brasilis, que compila os alertas de desmatamento do Deter.

 

Série revisada

 

A série histórica é revisada ao final do ano pelo Prodes que usa imagens de satélites com maior resolução.

Historicamente, os números do Deter são mais conservadores.

Suas imagens de menor resolução são utilizadas para orientar o Ibama, governos federal e estaduais a combater ações criminosas no bioma.

O acumulado do desmatamento na Amazônia Legal de janeiro a outubro chega a 7.899 km², ainda segundo números do Deter.

Em um comunicado, o Greenpeace, ONG que se dedica à defesa da preservação ambiental, atribuiu a escalada no desmatamento da Amazônia à falta de uma política ambiental no Brasil.

A ONG lembrou que o bioma registrou índices históricas de queimadas, que costumam suceder a temporada de derrubada da floresta.

 

Pressão no Brasil

 

Os índices de desmatamento na Amazônia têm levado fundos de investimento, grandes companhias e governos a pressionar o Brasil.

No ano passado, Alemanha e Noruega chegaram a suspender seus respectivos financiamento no Fundo Amazônia e o governo Jair Bolsonaro foi alvo de críticas dentro e fora do país pela política ambiental adotada em meio ao recrudescimento do problema.

Os anos de 2019 e 2020, que coincidem com a primeira metade do mandato do presidente, já registram os piores números do sistema Deter desde a sua estreia.

Um estudo divulgado neste mês no periódico científico Global Change Biology, conduzido por cientistas brasileiros e britânicos, descobriu que o desmatamento é tão crítico na Amazônia que as chamadas florestas secundárias, nascidas em áreas desmatadas, não conseguem compensar o dano ambiental.

Elas não conseguem se desenvolver em ritmo e volume necessários para absorver significativamente o carbono oriundo do desmatamento e ajudar no controle de mudanças no clima.

O trabalho concluiu que menos de 10% do carbono foi absorvido pelas florestas secundárias.

O Ibama gastou menos de 40% de seu orçamento reservado para fiscalização, controle e combate ao desmatamento e às queimadas.

A denúncia foi do jornal O Globo no mês passado.

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Foto: reprodução Twitter