De gari a pro player, Nativa deu um boom na sua vida com o Free Fire. Desacreditado de que poderia construir um futuro em cima do battle royale da Garena, o garoto de 22 anos hoje colhe os frutos de uma descrença que foi revertida em milhões de números nas redes sociais, o título de Rei do Solo e um contrato com a divisão de esports de um dos maiores clubes de futebol do país, o Cruzeiro.
– Foi surreal o que aconteceu comigo porque eu não tinha a intenção de nada, mas mudou completamente a minha vida e da minha família. Hoje eu consigo viver muito bem e ajudar todo mundo – contou Natividade em bate-papo com o ge.
O Cruzeiro é um dos finalistas da LBFF 2020 – as finais serão realizadas nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, a partir das 13h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo do SporTV 3.
Natividade
Patrick Alexandre Natividade nasceu em Florianópolis, Santa Catarina. Mesmo sendo de família humilde, nunca passou dificuldades ou se encontrou em alguma situação extremamente desconfortável financeiramente. Despreocupado com a ideia de fazer uma faculdade, o filho de dona Ana nunca encontrou problema em trabalhar para ajudar nas despesas de casa.
Primeiro contato com Free Fire
Natividade conheceu o Free Fire por meio das redes sociais e o primeiro contato com o jogo aconteceu através do celular da mãe, um Motorola Moto G2, de 2014. Despretensioso, ele buscava diversão no que na época se tornava cada vez mais sensação entre o público mais novo.
Trabalhando como recepcionista terceirizado em uma agência bancária, Nativa conseguiu comprar um aparelho melhor – Motorola Moto G5 -, mas que ainda não rodava o Free Fire tão bem. Foi então que ele apostou em uma nova profissão, que embora diferente, foi crucial na sua trajetória.
Gari
– Eu deixei o banco e virei gari. Quando o meu contrato acabou, consegui comprar um iPhone 7 Plus, mas ainda não tinha pretensão nenhuma com o Free Fire, só gravei umas partidas, postei no YouTube e as coisas começaram a dar certo – relembrou Natividade, que hoje soma mais de 1,3 milhões de seguidores no Instagram e pouco mais de um milhão de inscritos no YouTube, além dos mais de 69 milhões de visualizações.
Rendimento do canal
Depois que o seu canal rendeu “o primeiro salário mínimo”, Natividade começou a enxergar um futuro no Free Fire. O seu jeito de jogar não encantou somente os seus seguidores, mas também grandes nomes do Free Fire. O primeiro deles foi Edson God, que reagiu a um vídeo de Nativa durante uma das suas lives e ao vivo mesmo o convidou para a sua equipe, a GOD, uma das guildas mais tradicionais do Free Fire. Meses depois, na caixa de mensagens do Instagram, mais uma oportunidade: a Los Grandes, de Rodrigo “El Gato”, mostrou interesse no jogador.
C.O.P.A Free Fire
Natividade abraçou a proposta da Los Grandes e foi na organização de El Gato que ele ganhou os holofotes, disputando a C.O.P.A. Free Fire, campeonato oficial da Garena que aconteceu no primeiro semestre do ano, e o Rei do Solo, competição onde levantou um dos troféus mais importantes da sua carreira. Ambas as experiências foram suficientes para que o Cruzeiro, em reformulação, incluísse Nativa em seus planos para o elenco que disputaria a 3ª etapa da LBFF no segundo semestre.
O desejo de levantar a taça da Liga Brasileira de Free Fire e correr atrás do primeiro título internacional pelo atual time é grande, mas ter superado grandes nomes do Free Fire como Japa, campeão brasileiro e mundial pelo Corinthians, e ShariiN, campeão da Copa América pela LOUD, significou muito para o florianopolitano.
– Meu maior sonho é ser campeão brasileiro e representar o Cruzeiro no Mundial de Free Fire, mas a melhor coisa que me aconteceu até hoje foi ganhar o Rei do Solo, porque desde o início foi o modo que eu mais gostei e ter a oportunidade de jogar esse campeonato foi muito bom para mim. Fui campeão, né? Foi minha maior felicidade nesse jogo até hoje – exaltou.
Natividade e Raposa
Natividade tem seus objetivos com a Raposa muito bem traçados e “o céu é o limite”. Bem com a pressão da torcida, ele reconhece a responsabilidade que é defender o Cabuloso, contudo, o peso da camisa não o assusta, mas o motiva.
– Ainda é algo novo, porque, junto com o Cruzeiro, vem toda a torcida apaixonada do futebol, mas é uma galera que apoia bastante, é muito bom jogar por um time que tem uma torcida fanática assim. O peso da camisa também vem junto, mas aí nós damos a vida para representar o clube – concluiu.
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Fonte: ge
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/ge