Covid-19: internação prolongada requer prevenção às lesões por pressão
O surgimento de feridas pelo longo período deitado tem sido um problema recorrente nos pacientes de covid-19.
As alterações têm início com o processo de redução da circulação sanguínea e subsequente morte celular na pele, explica a enfermeira Karina Barros, presidente da Associação Segeam (Sustentabilidade, Empreendedorismo e Gestão em Saúde do Amazonas).
Explicação
Ela explica que cerca de 60% das lesões, antes chamadas de úlceras por pressão, se desenvolvem na região pélvica ou abaixo dela e têm pelo menos cinco estágios.
Essas etapas vão da mudança na temperatura e textura da pele, até a perda total da mesma e posterior dano muscular e ósseo quando muito aprofundada.
Nesse último estágio, parte da estrutura muscular fica exposta e suscetível a bactérias e outros organismos nocivos à saúde.
Dores nos pacientes com covid-19
Um sinal importante que pode indicar o aparecimento das lesões, alerta a especialista, é a vermelhidão na pele, derivada de processo inflamatório em estágio inicial.
Ao atingir o osso, a lesão pode ocasionar infecções importantes e difíceis de tratar, com lenta recuperação.
Prevenção
Karina Barros destaca que algumas medidas podem ser adotadas para evitar esse tipo de dano.
Entre elas, estão:
- mudança de posição dos pacientes por algumas vezes ao dia
- aliviando a parte do corpo que sofre com a pressão, como as costas e nádegas
- o ideal é que isso ocorra a cada duas horas
- utilização de camas e colchões de enchimento alternado
- uso de colchão d´água
- colchão casca de ovo, que estimula a circulação;
- avaliação diária da pele para detectar eventuais alterações que possam evoluir para feridas
- manter a pele sempre hidratada
Tratamento
Além do uso de medicamentos (que pode incluir antibióticos), o tratamento envolve:
- a limpeza das lesões com utilização de soro fisiológico em jato
- evitar peso na região lesada
- remoção de tecidos necrosados
- uso de coberturas adequadas para cada estágio da lesão
- acompanhamento por enfermeiro
- preferencialmente um estomaterapeuta
Foto: divulgação