calendar_today outubro 30, 2020 person Portal Maloca mode_comment 0

O surgimento de feridas pelo longo período deitado tem sido um problema recorrente nos pacientes de covid-19.

As alterações têm início com o processo de redução da circulação sanguínea e subsequente morte celular na pele, explica a enfermeira Karina Barros, presidente da Associação Segeam (Sustentabilidade, Empreendedorismo e Gestão em Saúde do Amazonas).

 

Explicação

 

Ela explica que cerca de 60% das lesões, antes chamadas de úlceras por pressão, se desenvolvem na região pélvica ou abaixo dela e têm pelo menos cinco estágios.

Essas etapas vão da mudança na temperatura e textura da pele, até a perda total da mesma e posterior dano muscular e ósseo quando muito aprofundada.

Nesse último estágio, parte da estrutura muscular fica exposta e suscetível a bactérias e outros organismos nocivos à saúde.

 

Dores nos pacientes com covid-19

 

Um sinal importante que pode indicar o aparecimento das lesões, alerta a especialista, é a vermelhidão na pele, derivada de processo inflamatório em estágio inicial.

Ao atingir o osso, a lesão pode ocasionar infecções importantes e difíceis de tratar, com lenta recuperação.

 

Prevenção

 

Karina Barros destaca que algumas medidas podem ser adotadas para evitar esse tipo de dano.

Entre elas, estão:

  • mudança de posição dos pacientes por algumas vezes ao dia
  • aliviando a parte do corpo que sofre com a pressão, como as costas e nádegas
  • o ideal é que isso ocorra a cada duas horas
  • utilização de camas e colchões de enchimento alternado
  • uso de colchão d´água
  • colchão casca de ovo, que estimula a circulação;
  • avaliação diária da pele para detectar eventuais alterações que possam evoluir para feridas
  • manter a pele sempre hidratada
Tratamento

 

Além do uso de medicamentos (que pode incluir antibióticos), o tratamento envolve:

  • a limpeza das lesões com utilização de soro fisiológico em jato
  • evitar peso na região lesada
  • remoção de tecidos necrosados
  • uso de coberturas adequadas para cada estágio da lesão
  • acompanhamento por enfermeiro
  • preferencialmente um estomaterapeuta

 

Foto:  divulgação