Corrida do Umbu, principal ritual dos Pankararu, sob ameaça
Os Pankararu nutrem uma relação essencial com a dimensão do sagrado e com as “forças encantadas”, nas aldeias onde vivem no município de Tacaratu, Jatobá e Petrolândia no sertão do Rio São Francisco. Essa relação se efetua em diversos momentos num calendário rico e dinâmico nos “terreiros” (lugar público onde o sagrado estabelece relação com as pessoas desse mundo) das diversas aldeias Pankararu.
O Terreiro do Poente é um dos quatro espaços mais importante para o povo Pankararu, nele acontece o ritual da Corrida do Umbu. Durante um mês toda aldeia se reúne para vivenciar e praticar os segredos deixados pelos ancestrais. No entanto, as lideranças temem não conseguirem realizar o seu principal ritual em virtude da necessidade de estruturação do espaço para maior segurança de todos. Além de donativos para alimentação precisam ampliar a quantidade de banheiros e fazer um poço artesiano.
Assim, o povo Pankararu, por meio de uma vaquinha on-line, aberta por Gean Ramos Pankararu, artista e ativista indígena, objetiva arrecadar R$ 22 mil para as melhorias e até a edição desta matéria contava com 18 apoiadores e um total de R$ 2.060 arrecadado.
Corridas do Umbu
A mais importante manifestação religiosa Pankararu é a “Corrida do Umbú”, que consiste na celebração da safra do fruto que chega e representa tempo de purificação, renovação e inspiração para o ano que se inicia.
Em janeiro, após as primeiras chuvas e iniciadas as plantações do fruto, os “detentores de saber” escolhem o dia para o “flechamento” do primeiro umbu que aparecer da safra. No final de semana, logo após o “flechamento”, iniciam-se as corridas, realizadas nos grandes terreiros durante quatro finais de semana.
As festas são organizadas por famílias zeladoras dos Praiás (indígenas cobertos de fibra de caroá, que conduzem o Toré ao som dos toantes, maracás, manifestando a força encantada aos presentes) que organizam os espaços onde são guardados e onde certas obrigações são realizadas de forma a manter a força encantada viva entre os membros da família.
O ciclo encerra-se no quarto final de semana com a saída do “Mestre Guia” chefe de todos os encantados. O momento é esperado por centenas de pessoas que aguardam sua saída em vigília por toda madrugada em completo silêncio. Pirão e garapa são ofertados aos presentes para alimentar o corpo, as bênçãos do Mestre Guia alimentam o espírito.
Link da Vaquinha: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/ajuda-para-o-terreiro-do-poente-tradicao-pankararu
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