Confinamento por conta da pandemia faz crescer vendas de livros
Na pandemia, os livros têm sido um excelente companheiro para todas as horas.
Segundo dados da Associação Nacional de Livrarias (ANL), em setembro foi registrado um aumento de 10,6% nas vendas de livros.
Um bom motivo para festejar o Dia do Livro, comemorado nesta quinta-feira (29).
Para o escritor, professor e coordenador do curso de Jornalismo do Centro Universitário Fametro, Gustavo Soranz, ler continua sendo fundamental na formação da subjetividade enquanto indivíduos e da sociedade.
“É por meio da leitura que a gente adquire não só conhecimento, mas também valores e princípios, e isso é muito importante levando em conta que hoje a informação está disponível com facilidade nos dispositivos móveis e circula com velocidade avassaladora”, destaca.
Leitura rasa
Na avaliação de Soranz, isso não significa que as pessoas estejam mais informadas ou lendo mais, mas sim que estão sendo assediadas por informação o tempo todo e, com isso, o nível de atenção e leitura é cada vez mais superficial. As pessoas se acostumam a ler somente títulos e pequenas frases.
“E, devido a isso, a população não tem tempo e nem consegue elaborar argumentações muito extensas, afinal, no ambiente das redes digitais isso não prolifera, tudo é muito rápido e curto. E a leitura combate isso porque ajuda a desenvolver a nossa atenção, paciência e reflexão, que são essenciais para enfrentar esse desafio que é viver nessa avalanche de informações”, critica o professor.
Tecnologia em favor da leitura
Entretanto, há uma luz no fim do túnel, e usar a tecnologia como aliada no incentivo da leitura pode ser a saída.
Gustavo explica que isso é possível porque a internet permite democratizar e otimizar o acesso a livros, revistas e sites que disponibilizam textos literários, o que se torna uma alternativa para a população que não possui condições financeiras para adquirir os livros físicos, que ainda são objetos considerados caros no Brasil.
O professor acredita que o maior desafio é o das instituições de ensino, culturais e poder público criarem programas e projetos que estimulem o hábito da leitura e o tornem atraente para uma geração que é muito estimulada pelo conteúdo audiovisual, interativo e em ambientes imersivos.
“Esses espaços também podem remeter universos criados na literatura. O cinema é cheio de exemplos assim, um deles é o Harry Potter, as crianças que viram os filmes foram buscar conhecer a série através dos livros e isso abre a porta do interesse para literatura”, explica o professor.
Foto: divulgação