Com quase 25 mil vidas perdidas no “ano da pandemia”, Amazonas eleva média histórica de óbitos dos últimos 17 anos
O Amazonas completou o “ano da pandemia”, com um total de 24.238 mortos, recorde desde o início da série histórica “Estatísticas do Registro Civil”, em 2003. Os dados estão disponíveis no Portal da Transparência do Registro Civil
O cenário é de crise na saúde pública em razão da Covid-19, rede hospitalar à beira do colapso, aumento no número de mortes em domicílios pela falta de leitos ou do medo da ida aos hospitais, reflexos no crescimento dos falecimentos por doenças respiratórias e cardíacas aceleradas pelo vírus.
No Amazonas, o número de óbitos registrados em Cartórios no “ano da pandemia”, considerado o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 24.238 mortes, um total de 11.269 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003.
Em termos percentuais, significa um crescimento de 86,7% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 3,5%, totalizando 83,4 pontos percentuais a mais no período.
Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 44,7% no número de falecimentos.
“A Covid-19 ocasionou uma série de impactos na rotina da sociedade, principalmente na saúde pública, sendo que o Amazonas foi um dos estados mais atingidos do país. Trazer estas informações à sociedade, de forma transparente e em tempo real é de importância vital para que os agentes públicos possam elaborar ações de combate à doença”, afirmou o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Amazonas (Anoreg-AM), Marcelo Lima Filho.
Já o Brasil fechou o ano da pandemia com quase 1,5 milhão de mortos, número recorde desde o início da série histórica. No país, o período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 1.498.910 mortes, um total de 355.455 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003.
Em termos percentuais, significa um crescimento de 31% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,7%, totalizando 29,3 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 13,7% no número de falecimentos.
Fevereiro recordista
O agravamento da pandemia no último mês, fez de fevereiro de 2021 o mês mais mortal de sua própria série histórica no Amazonas, com um total de 3.698 óbitos registrados pelos cartórios no período, 2.685 mil óbitos a mais do que a média para o período. O número foi ainda 72,6% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003. Na comparação com fevereiro de 2020, o crescimento foi de 209,7%.
Em Manaus, a situação se repetiu e em fevereiro de 2021 teve um total de 3.081 óbitos registrados pelos cartórios no período, 2.360 óbitos a mais do que a média para o período. O número foi ainda 76,6% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003. Na comparação com fevereiro de 2020, o crescimento foi de 215,6%.
O número de óbitos registrados nos meses de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.
Sobre a Anoreg/AM
Fundada no dia 27 do mês de abril de 1999, com sede na cidade de Manaus, a Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas (Anoreg-AM), é regida pelo Código Civil brasileiro, pelas demais disposições legais aplicáveis e pelo Estatuto. A Anoreg-AM é a única entidade da classe com legitimidade, reconhecida pelos poderes constituídos, para representar os titulares de serviços notariais e de registro do Amazonas, operando em harmonia e cooperação direta com outras associações congêneres, principalmente com as Anoregs estaduais e Sindicatos, representativos das especialidades.
*Com informações do jornalista Alan Marcos Oliveira, da Associação dos Notários e Registradores do Estado do Amazonas.