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A Fifa enviou uma carta à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nesta segunda-feira (28/02), pedindo que a entidade explique de forma detalhada a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou uma intervenção na entidade.

A resposta será anexada a um processo disciplinar aberto pela Fifa, para apurar a ingerência externa em uma de suas filiadas, o que é proibido pelo seu estatuto. A informação foi antecipada pelo colunista Ancelmo Gois.

Segundo a informação do colunista, a decisão monocrática do ministro Humberto Martins, presidente do STJ, contrariando a decisão unânime da Assembleia Geral da CBF, realizada no último dia 24 de fevereiro, que designou o vice-presidente Ednaldo Rodrigues Gomes para exercer a gestão da entidade, e realizar em 30 dias a eleição do seu sucessor, que completará o mandato do presidente afastado Rogério Caboclo, poderá, em tese,  gerar a suspensão da CBF pela Fifa e até tirar o Brasil da Copa.

A decisão do presidente do STJ, na última quinta-feira (24/02), determinou que o diretor mais velho da CBF assumisse a presidência e reformasse o estatuto da entidade, antes de convocar novas eleições.

Mas a decisão acabou perdendo o efeito porque o Ministério Público, autor da ação, entrou em um acordo com a CBF. Entretanto, o MP voltou atrás, mas o pedido de desistência ainda não foi julgado.

No mesmo dia, a assembleia-geral da CBF afastou Rogério Caboclo definitivamente do cargo e nomeou Ednaldo Rodrigues como presidente interino, posto que ele já estava ocupando. Ele convocou uma outra assembleia para o dia 7 de março para rever o estatuto, que é justamente o motivo da ação proposta pelo MP.

Na carta, a Fifa lembrou à CBF que a interferência de terceiro pode levar à sanções, sendo a mais extrema, a proibição de times brasileiros em campeonatos internacionais e a impossibilidade de o Brasil jogar a Copa do Mundo.

Porém, essas medidas são consideras por especialistas como impossíveis de serem adotadas neste caso.

Na última assembleia da Fifa, o órgão decidiu suspender as federações do Quênia e Zimbábue, porque elas sofreram interferências de seus governos locais.

 

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Foto: Lucas Figueiredo/CBF