Após denúncias de privilégios, prefeitura suspende vacinação por 24 horas
A Prefeitura de Manaus anunciou na madrugada desta quinta-feira (21) que suspendeu a vacinação contra a covid-19 a profissionais de saúde da capital, iniciada na terça, dia 19.
A decisão foi tomada após denúncias de privilégios na administração das doses.
A forma como a prefeitura vinha fazendo a imunização foi atacada nas redes sociais.
Órgãos de controle do Estado e da União atacaram o privilégio no dia de ontem.
O Município informou que a suspensão atende a recomendação de órgãos de controle locais.
Veja mais: Vacinação de membros da família Lins gera suspeita de privilégios
Diz também que a medida foi tomada para que o governo do Estado apresente um plano reorganizado de distribuição das doses nas unidades da rede estadual, com os critérios de definição de prioridades, baseados na exposição ao risco, comorbidades e faixa etária.
Tempo de paralisação: 24h
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, na informação da Prefeitura de Manaus, a suspensão deve ser mantida por menos de 24 horas.
O prazo foi aberto, diz o município, para que o governo divulgue a proposta de reordenamento da imunização com a lista dos trabalhadores a serem vacinados, por unidade, se encerra às 13h desta quinta-feira, 21.
Recomendação
A recomendação para pausar a campanha de vacinação dos profissionais de saúde foi feita em reunião entre representantes do Ministério Público do Estado (MPE-AM), Ministério Público do Trabalho (MPT-AM), Defensoria Pública do Estado (DPE-AM) e Defensoria Pública da União (DPU-AM), Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) e Ministério Público de Contas (MPC-AM) com as secretarias de Saúde do município (Semsa) e do Estado (SES-AM), na noite desta quarta-feira.
“A Prefeitura de Manaus é a responsável pela execução da campanha de vacinação e, conforme as orientações do prefeito David Almeida, organizou 200 profissionais que compõem 50 equipes de vacinação. No entanto, a definição dos locais e quais profissionais da saúde a serem vacinados em cada unidade da rede estadual é responsabilidade do governo do Estado”, explica Shádia.
Prioridade
Nos primeiros dois dias de vacinação na capital, 1.140 profissionais de saúde, que atuam na linha de frente no atendimento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19, receberam a primeira dose da CoronaVac.
A prefeitura informou que esse pessoal integra o grupo prioritário da primeira fase da campanha de imunização contra a doença, conforme definido pelo Ministério da Saúde.
Poucas doses
Em razão da quantidade de vacina disponível ser suficiente apenas para 34% dos 56 mil profissionais de saúde, governo e prefeitura deveriam direcionar as doses, estabelecendo preferências dentro do grupo prioritário.
“Como a prefeitura trabalha essencialmente com atenção básica, definimos que as unidades contempladas com a vacina, pelo critério de risco, seriam as de atendimento exclusivo a casos suspeitos de Covid-19 e outras síndromes gripais, determinando a vacinação de todos os trabalhadores que têm contato direto com o paciente e deixando de fora os que realizam apenas serviços administrativos, sem contato com os usuários”, ressalta Shádia.
Ação dos órgãos de controle
Ainda assim, a Semsa, também em atendimento às recomendações feitas pelos órgãos de controle, firmou o compromisso de apresentar um novo cronograma, para concluir a vacinação nas suas unidades, para as quais foram destinadas, até o momento, 3.287 doses.
Vacinas para o Estado
Para o Estado, a quantidade final de doses só será definida a partir da apresentação reorganizada das planilhas de necessidades e prioridades baseadas em critérios. Até agora, de acordo com a Divisão de Imunizações da Semsa, haviam sido direcionadas para unidades estaduais 6.984 doses.
A Prefeitura recebeu, para esta primeira etapa da campanha, um total de 40.072 doses de vacina.
Veja mais: BNC AMAZONAS
Foto: Ruan Souza/Semcom