calendar_today agosto 8, 2020 person Da Redação mode_comment 0

Na última vez em que um time amazonense esteve na Série C do Brasileirão, Manaus ainda não havia sido anunciada como cidade-sede da Copa do Mundo de 2014. O estádio Vivaldo Lima, o colosso do Norte, ainda estava de pé e o Manaus Futebol Clube sequer existia. A última vez que um representante do Estado jogou a terceira divisão, a própria Série D nunca havia sido disputada.

A primeira edição aconteceu no ano seguinte, em 2009 e foi o início de um verdadeiro calvário de lágrimas e frustrações para o torcedor baré, até que o sofrimento acabou em 20 de julho de 2019. Neste dia, o Gavião do Norte, o time novo da cidade, fundado em 2013, impôs uma das maiores vitórias da história do futebol amazonense, ao golear o Caxias (RS), por 3X0, num estádio de Copa do Mundo, completamente lotado.

 

Fazer história, aliás, se tornou comum para o esmeraldino e neste sábado (8/8), é dia de escrever mais um capítulo, agora, diante do Vila Nova (GO), às 18h, na Arena da Amazônia.

Efeitos da pandemia

O cenário não poderia ser mais adverso. Portões fechados por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus. Tempo curto para a preparação – o Gavião não teve sequer um mês de treino para voltar aos jogos. Antes do confronto deste sábado, a equipe só fez dois jogos-treino: um contra o time misto do Fast Clube, que terminou num empate em 3X3, e outro que rendeu uma vitória por 8X0, diante do Betânia FC.

Tudo que nós havíamos programado para fazer, a partir do dia 13 (de julho, data que o clube retornou aos treinos) nós conseguimos realizar com excelência. A gente sabe que não é o tempo ideal, no mínimo 45 dias seria o período ideal de uma pré-temporada, mas dentro do que a gente sabia, da nossa realidade, que seriam quatro semanas, o trabalho foi muito bem feito”, avalia o técnico Welington Fajardo.

Contratações

Apesar do cenário conturbado por conta da pandemia, o esmeraldino conseguiu manter o elenco e ainda fez contratações para a disputa do Brasileirão da Série C. O clube trouxe os atacantes Alison Mira, Matheusinho e Jandy, além do volante Rafael Carrilho. O goleiro Bruno Saul, que foi vice-campeão brasileiro com o Gavião no ano passado, também foi repatriado. Apesar dos reforços, o esmeraldino teve três baixas para o jogo deste sábado: os volantes Derlan (suspenso), Panda (contundido) e Gilson (contundido).

“A única coisa que a gente não esperava neste momento era essa dificuldade com os volantes. Teve a questão da suspensão do Derlan, logo em seguida teve a contusão do Gilson e depois a contusão do Panda. São perdas no coração da equipe e agora a gente está estudando a melhor forma de montar o time e temos três opções: o Felipe Baiano, o Rafael Carrilho e o Ramon. Aquele setor ali é o coração do time. É onde comanda tanto o setor defensivo quanto o ofensivo, onde se dão as transições tanto ofensivas quanto defensivas e neste momento a gente tem que ter uma equipe bem equilibrada até para fazer uma grande partida”, pontua Fajardo.

O início do Gavião

Nascido no ano de 2013, o Manaus Futebol Clube chega à Série C sete anos após a sua fundação. Um marco no futebol local, que não via uma equipe subir de divisão dentro de campo há 20 anos. Personagens dessa história, o presidente e o vice-presidente do esmeraldino, Luis Mitoso e Giovanni Silva falam sobre o “filme” que passa pela cabeça há poucas horas da estreia do clube na “terceirona”.

É um sentimento de dever cumprido. No ano passado, quando a gente conseguiu o acesso ali naquele jogo memorável contra o Caxias, com a Arena lotada, onde a gente conseguiu um placar convincente de 3 a 0… naquele momento onde a gente buscava pelo segundo ano consecutivo uma vaga na Série C, e esse acesso foi importante porque há 12 anos um clube daqui não jogava a Série C. Aquele momento foi a prova de que a união faz a força”, relata Giovanni Silva.

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Fotos: Ismael Monteiro/Manaus FC