calendar_today janeiro 4, 2021 person Portal Maloca mode_comment 0

A colonização e o consequente processo de aculturação significou o silenciar dos saberes tradicionais, o colonizador munido da intolerância típica do eurocentrismo do período das grandes descobertas, tolheu os povos originários e os mitigou a fé, a tradição e a ancestralidade.

Em um processo cruel que tinha como únicas opções uma “nova cultura” ou o extermínio, a história revela a opção prevalente. Os povos indígenas foram dizimados ao ponto de quase genocídio. Tal fenômeno significaria uma das maiores perdas intelectuais e culturais da humanidade.

Esses brasileiros ainda carregam as marcas históricas da tentativa de destruição entre elas está a desvalorização dos saberes ancestrais. A não consideração dos indígenas como sujeitos históricos e culturais, com denso conhecimento e potencial de contribuição, lembra, assustadoramente, a justificativa “desbravadora” das grandes navegações.

Nesse cenário, surge a Academia dos Saberes Ancestrais, que é a proposta educacional do Instituto Uk’a, dirigido pelo célere Daniel Munduruku.

O projeto foi concebido por um grupo de profissionais indígenas e não indígenas e tem como objetivo principal a prestação de serviços na área educacional, proporcionando à sociedade maior conhecimento sobre a temática indígena.

 

Estrutura
 

Os conteúdos são elaborados por pesquisadores especialistas nas áreas relacionadas às culturas e literatura indígena. Sábios da tradição, Mestres e doutores compõem o quadro de professores, oferecendo uma experiência de ensino qualificado, com a facilidade do ensino à distância. Para dar acessibilidade a todo esse conteúdo, são disponibilizados materiais textuais, vídeos, podcast e aulas ao vivo a fim de estabelecer o melhor suporte para a transmissão de conhecimentos.

 

Público Alvo

 

Os cursos e atividades de formação são voltadas para professores, educadores, bibliotecários, pesquisadores e demais interessados nos assuntos relacionados à questão indígena. Para os que desejam dar um “primeiro mergulho” na cultura, o projeto oferece um curso introdutório; para os que já conhecem um pouco mais, aprofundamentos temáticos.

 

Eixos (descrições coletadas no site da Academia)
 

Culturas indígenas: Os povos indígenas possuem características próprias que os diferem entre si. Trabalhar a diversidade indígena é estratégico para o combater preconceitos e esteriótipos.

Aplicação da Lei 11.645/2008: A Lei 11.645/2008 estabelece a obrigatoriedade do ensino da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Trazer as questões indígenas para o ambiente educacional é fundamental para que possamos construir uma sociedade mais digna e respeitosa para todos. Os conhecimentos adquiridos servirão de embasamento para práticas pedagógicas em diferentes contextos.

Literatura indígena: A escrita tem se apresentado como uma ferramenta estratégica para o posicionamento político e social dos povos indígenas no Brasil. Saiba mais sobre as literatura produzida por autores indígenas em suas mais diferentes modalidades textuais.

Educação nas sociedades indígenas: Aprenda a trabalhar de forma prática alguns temas específicos como a pintura corporal e seus sentidos, a educação da criança indígena, a educação musical através da dança e canto tradicionais, a arte da cultura material indígena e muito mais!

 

Veja também: Portal Maloca – Povos indígenas declaram Emergência Climática na Amazônia

 

Foto: Victor Moriyama/ISA