Voltada para crianças de 1 a 4 anos, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite (paralisia infantil) foi iniciada pela Prefeitura de Manaus nesta segunda-feira, 27/5. A vacinação está disponível em todas as salas de vacina da rede assistencial da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). A ação, coordenada pelo Ministério da Saúde (MS), tem o objetivo de aumentar o número de crianças vacinadas e evitar a reintrodução do poliovírus no país. A campanha segue até o dia 14/6, com o dia 8/6 marcado como o “Dia D” de mobilização.
Meta de Vacinação em Manaus
A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, acompanhou o início da vacinação na Unidade de Saúde da Família (USF) Benedito Almeida, na zona Sul de Manaus. A meta da campanha é vacinar 121,6 mil crianças, representando 95% da população estimada de 128 mil crianças de 1 a 4 anos residentes nas áreas urbana e rural da capital. Além disso, todos os bebês de 2 a 11 meses que estejam em atraso com o esquema vacinal recomendado para o primeiro ano de vida, ou seja, três doses com intervalo de 60 dias, também devem ser vacinados.
“A dose da campanha é adicional e, mesmo que a criança já tenha recebido o primeiro ou o segundo reforço, ela deve receber essa dose. É um esforço coletivo para proteger a população da pólio, especialmente agora que o Brasil está na condição de alto risco para a reintrodução do vírus que causa a doença”, enfatizou a secretária, pedindo que os pais atendam ao chamado.
Esquema de Vacinação
De acordo com o calendário básico nacional, o esquema contra a poliomielite prevê três doses de vacina inativada injetável (VIP). As doses devem ser aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade, com intervalo de 6 meses entre elas. Além dessas, estão previstas duas doses de reforço com a vacina oral, uma aos 15 meses e outra aos 4 anos.
Para receber a vacina, a criança deve ser levada pelos pais ou responsáveis a uma das unidades da rede municipal de saúde, com um documento oficial de identificação, a caderneta de vacinação e o Cartão Nacional de Saúde (Cartão SUS) ou o CPF. Os endereços e o horário de funcionamento das unidades de saúde com salas de vacina estão disponíveis neste link.
Importância da Vacinação
O professor e atleta Virgílio Nascimento foi um dos primeiros a levar o filho Victor, de 3 anos, para receber a gotinha. Ele ficou sabendo da campanha pela televisão e priorizou a ida à unidade de saúde assim que conseguiu cumprir as primeiras tarefas profissionais da manhã. “A vacinação é muito importante para fortalecer a imunidade dos nossos filhos”, atestou.
Risco de Reintrodução da Pólio
O último registro de poliomielite no Brasil foi em 1989, e desde 1994 o país está certificado como território livre da doença. No entanto, desde o ano passado, o Brasil foi incluído no rol de países de alto risco para a reintrodução do vírus, de acordo com a Comissão Regional para a Certificação da Erradicação da Poliomielite na Região das Américas (RCC).
A diretora do Distrito de Saúde (Disa) Sul, enfermeira Jucinara Rodrigues, que também acompanhou o movimento no primeiro dia de campanha na USF Benedito Almeida, ressaltou a importância da vacinação atualmente. “Precisamos resgatar a adesão dos pais, já que nos últimos anos a cobertura vacinal, não só em relação à pólio, caiu no Brasil”.
Dados de Cobertura Vacinal
Dados da Semsa mostram que, em 2023, Manaus alcançou 88,2% de cobertura vacinal no primeiro ano de vida, revertendo a tendência de queda registrada desde 2018, quando apenas 74,5% das crianças de até 1 ano haviam concluído o esquema vacinal recomendado. “Estamos felizes com a recuperação, no entanto, olhando para todas as vacinas em todas as faixas etárias, ainda estamos entre 70% e 80% de cobertura, o que requer um grande esforço de todos para reverter esse cenário”.
Sobre a Poliomielite
A poliomielite é causada pelo poliovírus, não tem cura e pode afetar crianças e adultos. A doença é contagiosa e sua transmissão se dá por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. As consequências da poliomielite incluem sequelas motoras, como ausência ou diminuição de força muscular no membro afetado, dores nas articulações e, nos casos mais graves, paralisia dos membros inferiores.
