Ser mãe e jogadora de futebol é uma responsabilidade e tanto, além de muito desafiadora. Aos 34 anos, Daniele Nascimento divide seu tempo entre essas duas funções, ser mãe e atleta. Na estreia do Tarumã, do Amazonas, pelo Brasileirão Feminino A3 2024, a meio-campista foi autorizada pela CBF a levar sua filha, Manuela, de apenas um ano para acompanhá-la durante a viagem. Esta foi a primeira vez na história que uma criança foi permitida oficialmente a integrar uma delegação na competição.
No dia 12, mãe e filha viajaram juntas de avião para Boa Vista, capital de Roraima, local do primeiro confronto contra o Atlético Rio Negro.
“Levar a Manu comigo foi a melhor sensação e teve um significado especial. Espero que todas outras mães atletas tenham a oportunidade que eu tive”, disse Daniele.
“Quero aproveitar para agradecer muito ao meu clube, o Tarumã, pela oportunidade e por essa conquista. E também agradecer a CBF por me dar a oportunidade de estar com minha filha nessa viagem”, acrescentou.
Apoio da CBF
Desde o início de seu mandato, o presidente Ednaldo Rodrigues tem como compromisso apoiar, incluir e investir no futebol de mulheres dentro ou fora de campo.
“A CBF tem o compromisso de fomentar o futebol feminino. Sei da dificuldade das mães em conciliarem a profissão após o nascimento do filho em qualquer setor de atividade e faremos de tudo para apoiá-las no futebol. Queremos cada vez mais mães dentro dos gramados”, afirmou o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues.
“Vale lembrar que a CBF já adotou como política interna a ampliação da licença maternidade de 4 para 6 meses para suas colaboradoras. Continuamos reafirmando o compromisso de dar espaço a todas as mulheres no futebol e na sociedade”, acrescentou.
Neném de Ferro
Em quatro dias de viagem, Manuela, com apenas um ano e um mês de idade, tornou-se rapidamente a “mascote” da equipe, carinhosamente apelidada de “Neném de Ferro”. Neste período em Roraima, a meia contou com a ajuda das companheiras do Tarumã no hotel, treinamentos, na partida e conciliou suas duas paixões: o futebol e a maternidade.
“Minha rotina é como a de uma ‘dona de casa’. Além de cuidar do meu lar, também sou responsável por cuidar das minhas outras duas filhas, uma com 13 e outra com 5 anos de idade. Assim, tenho que equilibrar essas responsabilidades com os compromissos do meu clube. Sempre que vou aos treinos, levo a Manu comigo, todos me ajudam”, acrescentou.
Inclusão
A história da meio-campista reflete uma realidade enfrentada por muitas mães que são atletas profissionais. A difícil conciliação entre a maternidade e a carreira esportiva se torna um obstáculo. No entanto, durante o primeiro conselho técnico dos clubes da Série A3, Michelle Mattos, vice-diretora do Tarumã, propôs uma iniciativa que contou com o apoio da CBF.
“Durante o congresso, questionei sobre a viabilidade de permitir que a criança acompanhasse a mãe. O clube foi orientado a entrar em contato com a entidade, expondo a situação. Quando recebemos a confirmação, ficamos imensamente felizes, porque a Dani é uma das nossas melhores jogadoras. Além disso, a satisfação de quebrar qualquer tipo de preconceito contra atletas-mãe e que nossa atitude inspire outros clubes e mães”, declarou a dirigente.
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Foto: divulgação/ Tarumã-AM