calendar_today agosto 30, 2021 person Cath Senna mode_comment 0

A região amazônica é rica em talentos musicais, tendo nomes como Anne Jezini, Luneta Mágica e Alaídenegão como destaques dentro e fora do estado. Dentre tantas opções, a curadoria do projeto Sesc Amazônia das Artes escolheu o grupo ‘Manauaras em Extinção‘, em 2018, como representante oficial do segmento de música de Manaus para a circulação do projeto, e baseado nisso, veio a ideia de gravar um documentário.

 

O grupo Manauaras em Extinção foi formada em 2018 para o projeto Sesc Amazônia das Artes e, a partir disso, o grupo fez uma série de apresentações em dez estados brasileiros: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Piauí. Partindo dessa circulação entre os estados, o vocalista Jander Manauara diz que o grupo teve a ideia de gravar um documentário falando não só da banda, como também a rotina de uma produção pelo país.

 

“A circulação e o registro foram feitos em cinco meses desde a primeira cidade, Boa Vista (RR), até a volta da última cidade, Manacapuru (AM). Já sabíamos que seria uma longa viagem e que bandas locais dificilmente tem entrada nesse tipo de projeto, então seria de primordial aprendizado guardar todo esse material para ser disponibilizado posteriormente para quem deseja circular seu projeto artístico”.

 

O maior desgaste na produção do documentário foi relacionado ao tempo, e o vocalista Jander compartilhou com o Portal Maloca que a banda queria muito mostrar para todos que, de alguma forma, contribuíram para a criação do projeto.

 

“Alguns do grupo já partiram, então, de alguma forma, deixaram uma lacuna, e sendo assim, um ciclo se encerra com o documentário, e como o mundo pós-pandêmico, vamos buscando aos poucos nos achar nesse processo de busca criativa de novos roteiros e circulações, nem que seja por dentro de nós mesmos”.

 

O processo de roteiro demorou mais quatro meses, após os anos de circulação, posteriormente, sua montagem iniciou-se em 2019, e quase dois anos e meio depois o projeto foi finalizado, em 2021. O projeto foi iniciado pelo Sesc, porém, a finalização foi feita pelo edital “Equipa Cultura” pela Lei Aldir Blanc 2020. O fato dos integrantes da banda virem de culturas diferentes, em relação a sonoridade, já os diferencia dentre outros grupos.

 

“Somos bem despreocupados com rótulos e mais focados em transparecer o nosso lado caboclo, mas sem causar exotismo pelo fato de sermos do Amazonas, assim como muitas vezes o mundo, até as próprias pessoas daqui, teimam em querer rotular de exótico nossa região”.

 

 

A banda Manauaras em Extinção lançou seu documentário dia 14 de agosto no Youtube e, segundo Jander, tanto ela como outras bandas locais, funcionam como marcações e marcos dentro de cada peculiaridade local.

 

“Quer se situar em Seattle? Ouça Nirvana! Quer entender um passeio em Liverpool? Ouça Beatles! Acho que essa é a função de levar particularidades regionais para linguagem universal que é a música, de certa forma é causar pertencimento local a inserção dessas bandas em cada espaço”.

 

Leia também: Cantora Evelyn Félix lança videoclipe ‘Your Crime-Unna´no Youtube

 

BANDA MANAUARAS EM EXTINÇÃO

 

O grupo na circulação era formado pelo cantor e compositor Jander Manauara (vocal), Matheus Crazy (vocal), Denis LDO (vocal), Antônio Henn (guitarra), Nogz (baixo), Ed (bateria) e Otto Brown (DJ). Hoje conta com nova formação.

 

Jander Manauara-Vocal

 

A apresentação foi inspirada nas vivências musicais do rapper Jander Manauara durante sua trajetória de mais de 15 anos de carreira e ativismo na cultura hip hop em Manaus. No show, além do regionalismo das letras de Jander, as músicas também são marcadas pela fusão com outros gêneros musicais, próprias da formação do grupo, como soul, MPB, rock, pop e chill. E o documentário relata um pouco do que é essa Amazônia múltipla de artes, vivências e povos diferentes em cada localidade.

 

No repertório do documentário, estão músicas que competiram em festival ou foram indicadas a prêmios e composições novas, além de sucessos reconhecidos pelo público, como “Chama o cara de índio”, “Elefante Branco”, “Amazônia Madeira” entre outros. Além do dia a dia de hotéis, aeroportos e making off nos registros, das parcerias das estradas e das apresentações em cada local.