Edição digital do Enem ainda não tem contrato para aplicação das provas
A pouco mais de dois meses da primeira edição digital do Enem, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) não fechou contrato para a aplicação em computador.
Não estão definidos os custos e detalhes do sistema tecnológico em que os participantes farão a prova.
A demora na definição causa apreensão em técnicos do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão do MEC (Ministério da Educação) responsável pelo exame.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, não tem tido envolvimento também com essa questão.
Ao anunciar o exame digital, em julho de 2019, o governo informou que o projeto-piloto do Enem no computador custaria R$ 20 milhões, para 50 mil candidatos.
O Inep aceitou, no entanto, a inscrição de 96.086 pessoas para essa versão, o que deve ampliar os gastos.
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Com base na projeção do ano passado, o gasto no Enem digital seria de R$ 400 por inscrito. O valor é quase quatro vezes superior ao custo por estudante na prova em papel (R$ 105,52 em 2019). O governo recebeu 5,8 milhões de inscrições para o exame tradicional.
O projeto-piloto foi mantido mesmo em meio à pandemia de coronavírus, ao adiamento das provas e em cenário de reduções de gastos por parte do MEC.
O Enem ocorreria neste mês caso não tivesse sido adiado para janeiro e fevereiro de 2021 por pressão de secretários e parlamentares, preocupados com o fechamento de escolas na pandemia.
As provas digitais estão agendadas para 31 de janeiro e 7 de fevereiro; a versão tradicional ocorre em 17 e 24 de janeiro.
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