Seleção Brasileira vence e segue líder das Eliminatórias para a Copa do Catar
O futebol da Seleção Brasileira não chegou a encher os olhos dos torcedores. No entanto, após uma convocação que foi tumultuada por sete cortes (inclusive de astros como Neymar, Casemiro e Coutinho e jogadores em ascensão como Gabriel Menino), a vitória por 2 a 0 sobre o Uruguai aumentou em Tite a certeza de que consegue moldar uma base de trabalho sólida e capaz de se adaptar a cada desafio até a Copa de 2022.
“Prefiro estabelecer uma relação de conjunto, harmonia e equipe. Claro que um jogador vai evoluir mais, um vai aparecer mais… Espaços que podem aparecer, em um jogo acontece e no outro não acontece…”, declarou Tite.
Para suprir a falta de um jogador fora de série como Neymar, o comandante recorreu à transpiração e fortaleceu sua defesa, buscando dar espaço à criação.
O meio seguro com Arthur e Everton Ribeiro e a linha de frente composta por Gabriel Jesus, Roberto Firmino e Richarlison evidenciam seu pensamento.
“Tínhamos um problema do lado esquerdo de ataque do Uruguai, direito nosso, uma marcação dobrada deles, então tínhamos que reajustar. O reajuste foi feito trazendo o Everton Ribeiro para onde ele fica mais confortável. É um jogador criativo, pé de pano, com uma qualidade técnica grande, num plano mais atrasado e com jogadores agudos, agressivos, à frente dele. Isso deu evolução à nossa equipe”, afirmou.
A engrenagem teve momentos oscilantes no Estádio Centenário (assim como na partida contra a Venezuela, no Morumbi). Por isto, diante do Uruguai, houve a necessidade de Tite mudar Richarlison de função:
“Seríamos mais exigidos defensivamente, mas teríamos mais espaço ofensivo, e precisaríamos demais do Richarlison atento à marcação para ter mais espaço do outro lado…”, completou.
A Seleção soube fechar os espaços e em raros momentos permitiu chances de perigo da equipe celeste. A aplicação tática culminou em uma vitória que soou mais convincente do que a atuação diante dos venezuelanos
A Seleção iniciou a partida formando um 4-1-4-1 e, aos poucos, foi se ajustando novamente em um 4-4-2, no qual cabia a Gabriel Jesus e Richarlison formarem a linha de frente.
O “Pombo” destacou como foi o contraste do seu posicionamento diante do Uruguai com o do triunfo sobre a Venezuela, na sexta-feira passada.
“Contra a Venezuela, que é uma equipe bem fechada, tínhamos uma situação na qual precisávamos achar espaço. Aí eu pude jogar mais pela beirada. Não vejo problema sobre onde jogar. O professor está aí para dizer qual é o melhor caminho”, garantiu.
O camisa 7 refletiu o espírito de luta que deve se sobressair entre os convocados, ainda mais em um período tão desgastante.
“Estamos preparados para todos os jogos. Nos criticaram por termos feito 1 a 0 na Venezuela, mas vimos o sofrimento que foi furar o bloqueio defensivo deles. Lógico que queríamos marcar mais gols, mas comemoramos muito e continuamos invictos”, disse.
Tite também foi categórico ao traçar o panorama das duas partidas.
“A história do jogo de hoje (terça-feira) era diferente da partida contra a Venezuela”, e recordou como foi a partida contra a Vinotinto:
“Contra a Venezuela não precisávamos de um volante, mas de um meia, por isso entrou o Paquetá. Hoje (contra o Uruguai), o Douglas foi decisivo”, completou.
Passados os jogos de 2020 das Eliminatórias da Copa do Mundo, Tite tem o desafio de fazer a Seleção Brasileira voltar, enfim, a brilhar.
Veja mais: Terra
Foto: Lucas Figueiredo/CBF