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A 23ª edição do Festival Amazonas de Ópera (FAO) acontecerá em 2021. O anúncio foi feito na noite do último domingo (25), no Teatro Amazonas, durante recital em comemoração ao Dia Mundial da Ópera. Realizado pelo Governo do Amazonas, com patrocínio do Bradesco e da Motorola, através da Lei de Incentivo à Cultura, o evento será realizado de 24 de abril a 9 de maio, em versão híbrida: com programação on-line e presencial.

A programação do 23º FAO é vasta e, além de óperas, concertos, recitais, conta ainda com masterclasses, mesas redondas e vídeos educacionais. Tudo com transmissão pelas redes sociais oficiais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (@culturadoam) e do FAO (@festivalamazonasdeopera); e pela TV Encontro das Águas (canal 2.1 da TV aberta).

Inicialmente marcado para abril de 2020, em comemoração aos 250 anos de nascimento do compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827), o 23º FAO foi suspenso, ainda no mês de março, quando surgiram os primeiros casos de Covid-19 no estado.

Foco no Brasil

O FAO 2021 será totalmente dedicado a compositores e intérpretes brasileiros, com três estreias: “Três Minutos de Sol”, de Leonardo Martinelli; “O Corvo”, de Eduardo Frigatti; e “Moto-contínuo”, de Piero Schlochauer. Todas encomendadas especialmente para o Festival.

O maestro Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico do FAO, destaca que o festival fará um panorama de 165 anos de repertório brasileiro.

“Em 2020, a classe artística em geral sofreu muito por conta da pandemia, incluindo os compositores que se dedicam ao repertório de música de concerto e ópera. Achei interessante dedicar o festival a compositores brasileiros, e não só contemporâneos, a gente vai fazer um panorama de 165 anos de repertório”, afirma.

O diretor artístico ressalta que todas as obras serão para orquestra de câmara. “Todo o repertório, das óperas e dos concertos, foi pensado para orquestra pequena, envolvendo até 12 pessoas, e sem coral. Haverá sempre um solista, em uma das obras teremos quatro solistas, e esse é o máximo”, pontua Malheiro.

23º Festival Amazonas de Ópera (FAO) será realizado de forma híbrida

As óperas

”Três Minutos de Sol”, de Leonardo Martinelli, abrirá a programação no dia 25 de abril, às 19h. Ópera de câmara, com libreto de João Luiz Sampaio, aborda os relacionamentos em tempo de pandemia.

A ópera narra a história de três pessoas que estão em lugares diferentes, cada uma em sua casa, que convivem e se relacionam por meio das mídias sociais. O nome da ópera faz referência ao tempo em que uma dessas pessoas fica perto da janela esperando o sol bater diariamente por apenas três minutos.

Obra de Eduardo Frigatti, “O Corvo” será apresentada no dia 2 de maio, às 19h. Baseada no poema de Edgar Allan Poe, traduzido por Machado de Assis, a ópera de câmara narra a visita perturbante de um corvo a um homem que acaba de perder sua amada, e o mesmo vê a ave como uma mensageira sobrenatural.

Já “Moto-contínuo”, de Piero Schlochauer, encerrará o festival no dia 9 de maio, às 19h. Com libreto de Beatriz Porto, Isabela Pretti e Piero Schlochauer, a obra conta a história de uma inventora que recebe um pedido para construir um moto-contínuo que leve um homem viajante ao espaço.

Produção

O processo de produção do FAO 2021 é um desafio. Malheiro adianta que óperas e concertos serão feitos em etapas. “Esse processo, apesar de desafiador, é muito interessante, pois nos inspira a experimentar novas maneiras de apresentar um repertório.

No que diz respeito às óperas e aos concertos, primeiro a orquestra será gravada – áudio e vídeo – no palco do Teatro Amazonas, pela equipe do Audiovisual da Secretaria em parceria com o músico Igor Jouk; depois a gravação será enviada para São Paulo, onde o material será editado com a voz dos solistas”, afirma Malheiro.

No caso das óperas, esse material gravado vai ser usado pelos diretores de cena. Por uma questão de logística, a parte cênica da ópera será trabalhada em São Paulo. Já os recitais de canto e piano, com cantores amazonenses, serão realizados ao vivo.

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